A SAGA DE FRED E RUIVO
A PIZZA DOS DEUSES
- Cara, sabe o que estava pensando?
-não sou telepata.
-Tava pensando vendo toda essa água aqui dentro do esgoto, que só podem ser o pessoal das oficinas de conserto de carros que entopem os bueiros da cidade.
-?
-Para que quando chova alague tudo e fodam os carros, e os donos tenham que levá-los ao conserto.
-será?
-Só pode ser.
-Leva-los ao concerto ou ao conserto?
-Pergunta para o Pasquale cipro neto.
-Concerto de rock ou de jazz?
-Pergunta para o kid vinil.
A pizza chega.
-Aqui está sua pizza.
-mas que porra é essa grudenta em cima?
-é que passou um mulherão no caminho e eu não aquentei.
-c...como assim?
-É um tempero especial.
-De que?
-ah, deixa de frescura, pode comer a vontade, vocês não vão engravidar.
E sai andando.
-hey, entregador, como você se chama?
-Alguns me chamam de Hermes.
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):
Ninguém sabe onde essa porra vai parar?
- Olha, as regras desse jogo não estão muito claras. Sentenciou o baixinho. Ainda mais que vocês estão jogando com um baralho de tarô. Eu tenho aqui um jogo mais moderno.
- Que merda é essa? Perguntou Fred olhando pro baralho estranho que o baixinho estendia.
- É um deck de Yugi Oh. Disse o baixinho orgulhoso.
- Não era um desenho animado?
- Começou das cartas, olha que legal! As regras são assim...
Um tapa na cara neutralizou o baixinho que falava cada vez mais empolgado do seu jogo.
- Nem sei de onde vocês tiram tanta merda. Ei, Fred, acabou o som. Vai trocar.
- Posso por um cd do Ira!
- Não, filho da puta, quantas vezes já te disse que não quero rock brasileiro na minha casa. è um ultraje.
- Aí, boa pedida. Ultraje a Rigor. que você acha?
- Se insistir com isso vai apanhar, Fred.
*Silêncio*
Eles permanecem ali calados, sem ouvir nada nem fazer nada. Até que Ruivo olha pro relógio.
- Ei, Fred, tem alguma coisa errada.
- Que?
- Meu relógio diz que já é meia noite.
- Impossível! Disse Fred, que parecia assustado.
- Pois é, se estou acordado e não acordando é porque tem algo muito errado. Vamos sair daqui pra investigar.
O baixinho nem se mexeu.
- Eu não vou, resolvi viver aqui dentro dessa cobra e virar eremita.
- E de que vai se alimentar, esperto?
- De fé, meu caro Fred. Vou me tornar um homem iluminado.
- Ok, nós vamos embora então. Boa sorte.
Já iam saindo quando Ruivo se voltou pra fazer uma pergunta.
- Qual é mesmo o seu nome?
- Salatiel.
Foram embora pensando nisso. Saíram e deram de cara com o esgoto. De alguns canos jorrava um líquido rosa.
- Que será isso?
- Água não é. Vamos. Temos que achar a saída daqui.
Seguiram por uma galeria de túneis, passagens para todas as direções e sentidos menos pra cima. Rodaram por cerca de duas horas.
- Ei, Ruivo, que horas são?
- Aqui diz dez da manhã, mas nem importa. Já vi que meu relógio ficou doido.
- Você é uma anta, Ruivo. Não percebe que seu relógio está bom?
- Como assim?
- O tempo passa num velocidade diferente dentro daquela cobra.
- Nossa! Temos que ir lá avisar o baixinho.
- A porra vai, você sabe voltar lá?
- É... Não... e agora?
- Pede uma porra duma pizza. Odeio pensar de barriga vazia.
- COMO VOU PEDIR UMA MERDA DE PIZZA? ops... esqueci descukpa...
Ruivo olhou com raiva enquanto o amigo ia até um orelhão.
- Pedi Catupiri. E uns becks também.
- Pediu maconha numa pizzaria?
- Não. Pedi maconha e pizza numa farmácia.
- Por que não ligou pra pizzaria? Assim a pizza vai demorar.
- Eu só sabia o número da farmácia.
- E como o entregador vai chegar aqui? Você deu a localização certinha?
- Sim, "esgoto, duas entradas a esquerda e 4 a direita depois da cobra luminosa e direto toda vida" acho que não tem erro, né?
- Vamos rezar
Fred ia se ajoelhar quando recebeu um chute de Ruivo na bunda.
- Foi só uma metáfora, hehe.
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):
JOGANDO BARALHO DENTRO DA COBRA QUE ESTÁ DENTRO DO ESGOTO
São 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores, a diferença entre os dois está em quais perguntas eles respondem. Os arcanos maiores respondem perguntas de questões humanas (personalidade e relacionamento) e o menores falam do cotidiano, de questões práticas.
-Mas você gosta mesmo de rock gaúcho? Aqueles sotaques meio chatinhos, aquelas melodias jovem guarda?
-Mas claro, eu adoro aquilo, é puro retrô rock.
-Não sei. As vezes não dá no saco?
-Prá mim não, Bidê ou Balde é o Beatles do Brasil.
-e os Rolling Stones?
-Não sei, acho que Cachorro Grande.
O jogo seguia. Na verdade eles inventaram aquele jogo ali na hora, nem tinha acertado as regras direito. O ruivo jogou a carta do Diabo sobre a mesa:
-Ganhei.
-Como assim ganhou?
-Ninguém ganha do diabo.
-Cara, você ta roubando. Você ta inventando as regras na hora, assim não dá.
-Pense aí, que carta ganha do diabo?
-Pô, sei lá, tem alguma carta com o ACM?
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):
- Filho da puta, eu te falei que o Dirty não tava em minha mão. Olha ele aqui.
- Ao menos essa cobra nojenta serviu pra alguma coisa, Fred.
- É, hehehe. E parece que tá mais fácil arrumar aqui dentro do que a sua casa.
O baixinho olhava fascinado os cds de Ruivo.
- Nossa, você tem muito material. Quer me vender tudo?
- Você não merece, baixinho. E, aliás, por que você soltou a gente?
- Ah, sei lá. Pensei melhor. Ela já tá morta mesmo. Pra que ficar prorrogando essa violência toda?
- Gostei do baixinho, Ruivo. Ele podia entrar pra nossa turma. Que acha?
- Cale a boca, Fred. Veja se a cobra comeu o mp3 player. Podemos escutar alguma coisa aqui dentro.
Ficaram alguns minutos ali escutando 3 músicas da Miss Underground e os The Sepcionants.
- Isso aqui tá um saco, Ruivo. Vamos sair.
- Não sei, aqui realmente tá mais fácil de organizar que o resto da minha casa. Tô pensando em mudar. Será que a pizza chega até aqui?
- Provável. Ei, Baixinho. Você é criminoso, não? Qual carga queria que a gente transportasse?
- Ah, isso não importa mais. Deixa tudo isso pra lá. Essas últimas cenas mudaram a minha vida.
O baixinho realmente estava zen.
- Tá, mas que vamos ficar fazendo? A cobra não comeu o baralho.
- Vai lá fora pegar, Fred.
Fred xinga e sai. Volta 5 minutos depois.
-Tenho uma má notícia, Ruivo. A cobra se moveu.
- Onde estamos agora? Na minha cozinha?
- Pior, no esgoto.
- Ah. Tá certo... Obrigado destino imundo.
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):
TUDO PASSA, ATÉ UVA-PASSA
09:45
-Cara, foi sem querer. Você sabe aquela cena de Pulp Fiction que o cara mata o outro no fundo do carro sem querer? Foi a mesma coisa, a arma disparou. Talvez tenha sido até a mão de Deus, sei lá.
Um tapa na cara. Splash. Quem disse mesmo que tapinha não dói?Caetano?
-Cuiúda pura. Você deve ter matado a menina porque ficou com medo de brochar.
-Como assim? Ela ia me dar?
-Ela não te propôs?
-Hein?Ela não Falou nisso de dar, Falou numa grana para levar uma carga.
-Sério?
-Sim.
-Mas eu falei com ela que o lance era vocês levarem a carga e em troca ganhava um noite com ela.
-Falou não. Deve ter nos achado feio demais, ou algo pior.
-algo pior.
10:34
O baixinho soltam eles. O resto do pessoal foram embora.
-Mas e esse lance da cobra?Que diabo foi aquilo?
-Ah, a cobra? É um software novo que eu implatei nela, Um software biológico transgênico mutante auto positivo K565W. Não conhece? É só colocar na bebida dela e pronto, se ela morrer, o software se transforma em uma cobra-ciborg que devora tudo que estever ao seu alcance.
-Hein?Onde está a cobra?
-Deve estar no seu quarto comendo seus filmes pornô, ehehehe.
Ele se levanta e corre até o quarto. A cobra está comendo seu laptop de teclado suspenso e holografias ultra coloridas.
-Putz, minhas mp3 da Mark Stress, tudo perdida.
(nota do escritor (ele tem coragem de se chamar assim?): Mark Stress é um artista folk-retro-eletro-pop-pseudo-dilan do ano de 2666. Na verdade outras versões beta dele já apareceram em outros anos, e em outros textos por aí, procura no google, o pai dos dummies.)
10:59
-E aí Ruivo, como vamos parar essa cobra? Ela já ta enorme de gorda com minhas coisas todas dentro da barriga.
-Já sei como. – diz Fred Caminhando até a boca da serpente e diz para Ruivo- vem comigo, como diria Gullar de Andrade, eheheh. A cobra o engole. Ele projeta seu corpo para dentro antes que ela quebre alguns de seus ossos. Tudo está escuro lá dentro. Ele acende um fósforo e olha ao redor. Vê as coisas de ruivo: Livros, microcds, Holografias, Roupas, latas de comidas. Liga a Tv holográfica e fica assistindo. Está passando TIRA O ANEL, um filme pornô-chic antigo, que no passado foi muito difundido nas escolas. Talvez por causa do título Educativo. Logo depois Ruivo também entra dentro (ops, isso foi intencional ok? Ninguém venha colocar nos comentários algo do tipo “entra dentro?vc aprendeu a escrever com o Maguila foi ?”ehehehehhe) da serpente. Bom, outro parêntese (Existe alguma diferença entre serpente e cobra?Bom, se alguém souber me explique). Sentam os dois e ficam assistindo o filminho educativo:
-Pô, isso é meio como voltar a útero, né não?-diz ruivo.
-Seria se sua mãe fosse um Surucucu.
11:34
O baixinho também entra na cobra:
-Tem um lugarzinho aí para mim?
-Claro que tem um lugarzinho, afinal do seu tamanho um lugar seria muito espaço para um Tampa de Binga como você.
(estamos nos superando não?)
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):
Ou passa?
04:00
- Quer saber, Fred? acho que não tomamos ácido nenhum.
- Ora, Ruivo, e como você explica esse cena na sua sala?
- Não sei, ora bolas. Mas ácido não foi. Aliás, esse papo me encheu. Vamos tomar um agora.
- Duh, e arrumar onde a uma hora dessas?
- Procure na lista telefônica.
- NA LISTA TELEFÔNICA?!?!?! Vo~cê é idiota?
- Olha, você viu que estava fazendo sol na rua em plena madrugada. Esse conto não tem compromisso com a realidade ou com as leis da física. Vá pedir logo o nosso doce.
- Tá, tá ok... já tô ligando.
04:15
- Chegou, toma aqui o seu.
- Tá, pega mais uma cerveja e põe algo pra tocar.
- Não vou por merda nenhuma. Estou nervoso. Dá logo essa droga pra cá.
In the town where I was born
Lived a man who sailed to sea
And he told us of his life
In the land of submarines
So we sailed up to the sun
Till we found the sea of green
And we lived beneath the waves
In our yellow submarine
We all live in a yellow submarine
Yellow submarine, yellow submarine
We all live in a yellow submarine
Yellow submarine, yellow submarine
And our friends are all on board
Many more of them live next door
And the band begins to play ...
As we live a life of ease
Everyone of us has all we need
Sky of blue and sea of green
In our yellow submarine ...
In the town where I was born
Lived a man who sailed to sea
And he told us of his life
In the land of submarines
So we sailed up to the sun
Till we found the sea of green
And we lived beneath the waves
In our yellow submarine
We all live in a yellow submarine
Yellow submarine, yellow submarine
We all live in a yellow submarine
Yellow submarine, yellow submarine
And our friends are all on board
Many more of them live next door
And the band begins to play ...
As we live a life of ease
Everyone of us has all we need
Sky of blue and sea of green
In our yellow submarine ...
09:34
- É, sobre o que estávamos falando?
- Fred, você poderia olhar ao seu redor?
As luzes estavam todas acesas pela primeira vez desde que Ruivo se mudara praquele lugar. Fred pôde contar cinco pessoas, entre eles um baixinho de voz estridente, cantando uma música de Cássia Eller, todo evstido de roxo. Os dois amigos estavam amarrados em suas cadeiras.
O baixinho toma a palavra.
- Agora que as damas estão acordadas podemos começar nossa reunião. Hehe.
- Quem é você e que quer de nós? Perguntou Ruivo, nervoso.
- Bem, o que posso dizer é que vocês mataram minha secretária...
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):
AS VEZES NÃO PASSA
Eles resolveRAm deixar o corpo lá no apê e saem para a rua. O sol é terrivelmente forte e dói na pele. hÁ anos a camada de ozônio é um buraco só, é preciso usar sempre roupas pesadas e protetor solar. Tudo culpa dos desodorantes aerosol e dos sprays da vida. Tipo, por causa de pessoas que não queriaM ficar com subaqueira no passado as pessoas do futuro tem que se fuder. Ou algo do tipo. Política saca?Esquece, no ano de 2666 tudo é possível.
Aí eles entram numa loja pornô:
-você tem aquele filme antigão das sheilas do Tchan Trepando?Acho que é de 2040 por aí, na época saiu em cd e as porra- Pergunta Fred.
A balconista aperta um botão num micro teclado acoplado no seu superseio esquerdo e diz:
-Tem não. Mas temos um super promoção com o Big Brother XXX, conhece?
-Esse não , como é?
-É assim, quem conseguir fuder mais vezes na casa em um espaço de 20 dias ganha.
-Ah, eu vou levar.
-20 bits.
-Ok.
Enquanto isso Ruivo experimentava alguns óculos-esperma (bom, nem vou explicar como eles funcionam senão vai dar pau no meu pc de tanta informação).
Eles saem da loja. Fred se lembra:
-Cara, o que faremos com o corpo?
-Seinão!
-Porra, se os homi-de-azul nos pegar estamos fudidos.
-Pior que é, vamos passar o resto de nossos dias limpando teclados de laptops.
-Podemos usar o triturador de comidas.
-Boa idéia.
-Vamos lá então.
E vão para apê. Chegando lá eles se deparam com uma cena estranha. Uma serpente colorida e com luzinhas piscando saindo da boca da mulher. Ela se arrasta entre os dentes da garota e assim que sai um bom pedaço da cabeça ela começa a comer o corpo da menina, quebrando todos os ossos do corpo antes.
-Putz, Ruivo, estávamos tomando ácidos a alguns minutos atrás?
-Que eu lembre não.
-Mas se nos tomamos e na viagem estamos pensando que não tomamos?
-Porra, mas não tomamos, estávamos na loja pornô.
-Mas se isso tudo foi uma piração, viajamos que estávamos na loja, na verdade estávamos aqui parado?
-Que nada! Mas...será?
-É possível.
-Sei não. Quem comprou o ácido?
-Com a grana que eu tinha.
-E essa cobra sainda da boca dessa doida?
-Coisa do ácido. Vamos sentar e esperar passar.
-É o melhor nos resta.
-É.
Eles sentam e esperam passar. Mas não passa.
Comente (isso se essa mídia feroz ainda não acabou com todos os seus neurônios):