CECI N´EST PA UNE PIPE
A lesma gigante começou a se mover lentamente em direção de Ruivo.
Ele tira uma espada samurai de algum lugar (sabe aqueles lances tipo desenho animado? Que aparece um objeto de lugar nenhum?)Foi assim, algo inesplicável (só explicável quando se analisa a mente dos autores dessa obra).
A lesma solta fogo pela boca, o fogo deixa os cabelos de Ruivo Ainda mais vermelhos. Ela grita:
-Pizza, quero mais pizza! Vocês precisam me dar mais pizza!
Se esquivando das labaredas ruivo parte para cima do monstro, cortando seu corpo em pedaços. Sua destreza com a espada é algo espantosa, algo que aprendeu vendo filmes chineses tardes da noite.
-Pizza, quero mais pizza!
Zap, zap, zap, ruivo vai cortando com paciência o corpo da lesma que um dia foi um velho com um cachimbo.
Os pedaços ficam espalhados por todos os lados. Quando só sobra-lhe a cabeça gritando “pizza, pizza”, Ruivo cuidadosamente corta os pedaços e segura um olho em uma das mãos. Olha para dentro do olho cristalino e vê que lá dentro está o cachimbo do velho. Ao ver isso lembra-se imediatamente do quadro de René Magritte, Ceci n´est pas une pipe, um quadro onde tem pintado um cachimbo e o artista escreveu embaixo “isso não é um cachimbo".Algo que vale para essa realidade onde Ruivo e Fred Vivem. “Isso não é uma realidade". Tudo culpa de cortázar, aquele louco que revolucionou toda a estética do romance moderno.
Ruivo com o olho cristalino com o cachimbo dentro como uma daquelas bolas que os caminhoneiros gostam de colocar na marcha do caminhão pensou “que puta vontade de fumar esse cachimbo”.